quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sintomas de Stress

Este pequeno excerto sobre alguns dos sintomas de stress associados a um caso real, conduziu-me a comparações com algumas das pessoas que conheço. Enumerado desta forma analítica, torna-se ainda mais gritante o quanto o stress afecta a nossa qualidade de vida, e que na Suburbia é por vezes levado ao extremo.

Chamemos Nelson à pessoa associada a este caso real, um director de informática. Uma análise das origens e causas do seu estado de stress indicaram as seguintes conclusões:
  • O stress não era causado pelas condições em que o trabalho de Nelson era desenvolvido, mas pelos medos irracionais que ele sentia.
  • A origem dos seus medos estava nas frases distorcidas que ocupavam constantemente a sua mente.
  • Os pensamentos mais nocivos davam origem a estas frases e que ele repetia constantemente, eram pensamentos catastrofistas, do tipo: "Esta aplicação foi abaixo; embora pareça um pequeno problema, na realidade vai ser impossível resolvê-lo nos próximos dias, as consequências serão terríveis, o sistema estará parado e isso provoca uma catástrofe; todos me apontarão como responsável e o meu chefe dar-se-á conta de que sou um incompetente e acabarão por contratar um serviço externo de informática e eu irei para a rua..."
  • Apesar de tudo correr bastante bem no trabalho, e de a realidade demonstrar dia a dia que esses pensamentos eram irracionais, Nelson não conseguia tranquilizar-se e sentia-se permanentemente em perigo.
  • No trabalho, Nelson era incapaz de definir prioridades e, muitas vezes, de delegar tarefas nos outros, pelo que se encarregava desnecessariamente de trabalho extra.
  • Custava-lhe muito dizer NÃO. Sentia que devia agradar a toda a gente. Muitas vezes, ele próprio aumentava mais a carga de trabalho ao sugerir que poderiam fazer algumas adaptações que não estavam previstas.
  • Em vez de dedicar o seu tempo a dirigir, coordenar a sua equipa e a estabelecer as prioridades de trabalho, frequentemente trabalhava no terreno e assumia também funções de técnico. No fim, esta prática tinha as suas consequências: como não podia deixar de desempenhar as suas funções como membro directivo, prolongava todos os dias o seu horário laboral numa média de 3 horas, acabando literalmente "abatido".
  • O sobreesforço que realizava também tinha consequências em casa. Chegava sempre com o ânimo de rastos e, em vez de pôr a hipótese de alterar a sua forma de encarar o trabalho, deixava-se invadir novamente por ideias irracionais, que o levavam a um beco sem saída. Em várias ocasiões, tinha afirmado à mulher que na realidade não deveria ter casado e que tinha sido um erro ter filhos.
  • Durante a noite continuava a alimentar pensamentos irracionais, que lhe provocavam um stress constante. Como não conseguia "desligar", passadas as primeiras 2 ou 3 horas de sono despertava e estava o resto da noite numa espécie de vigília, facto que fazia com que na manhã seguinte acordasse esgotado e... tudo recomeçava!
Este excerto foi retirado de um livro intitulado "Trabajar Sin Sufrir", de Maria Jesús Álava Reyes, psicóloga espanhola com mais de 30 anos de trabalho no âmbito da psicologia clínica, educativa e do trabalho.

No entanto, para quem trabalha no sector das tecnologias de informação, há aqui padrões de comportamento que são facilmente identificáveis nas pessoas que nos rodeiam. São sinais de alerta para introduzir alguma mudança na vida dessas pessoas, ou acabarão por se auto-destruir.

Obviamente que estes problemas não são exclusivos das tecnologias de informação, nem sequer da Suburbia, mas o estilo de vida que vivemos potencia estes factores de risco.

E sabem qual é o conselho numero 1 que esta senhora dá aos seus pacientes? Analisem o vosso dia quer do ponto de vista das acções e pensamentos e registem-no por escrito. Possivelmente serão confrontados com algo que subsconscientemente relegavam para último plano.

Se se revê nem que seja um pouco neste caso talvez um pouco extremo, então pare um pouco para analisar o seu próprio caso e veja o que pode fazer por si.

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