terça-feira, 14 de outubro de 2008

Nasceu o Enzo Filipe!

A Suburbia também tem os seus momentos alegres e no meu caso, chegou agora a hora de ter uma alegria no meio de tanta conturbação e problemas.

O nosso filhote nasceu hoje, dia 14/Out/2008 ás 13:17, saudável, com 4,275 Kg e 52cm e esta carita de malandro!!


Obrigado aos que votaram para a escolha do nome, mas no final prevaleceu a escolha conjunta dos pais que tinham opiniões tão divergentes: Enzo Filipe. Estranha-se ao princípio, mas prevaleceu o consenso matrimonial!

Começa para nós uma nova etapa na Suburbia, de descoberta do que é sermos pais, com todas as alegrias e preocupações que isso acarreta. Mas sobretudo espero que possamos contribuir para que ele, se se mantiver na Suburbia, mantenha valores éticos e morais que orgulhem a sua ascendência luso-brasileira, e que consigamos que ele seja sobretudo feliz, pois essa felicidade será nossa por contágio!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Toca a votar!!

O bebé tá quase a nascer por isso, continuem a votar para ver quem vai ganhar!!
A sondagem fica aberta até as 00h00 de dia 14/Out, só porque ele ainda não quis nascer ....

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A noite é dos Helicopteros

Para quem achava que a Polícia andava de férias e que o crime proliferava loucamente pelo País, tornando-o quase num Quénia Europeu, o nosso idolatrado Presidente da República veio insurgir-se contra este sentimento de insegurança.

Com uma precisão quase messiânica, conseguiu "adivinhar" que para esse dia estavam já previstas 2 operações de cerco a dois cancros da Suburbia: Quinta do Mocho e Quinta da Fonte. Nessa mesmo noite depois do insurgimento de S.Exa. Presidente, dezenas de carros, homens, cães, GOEs, etc, cercaram os 2 bairros numa "operação para busca de armas ilegais".

A parafernália de meios é a habitual nestes cercos, mas desta vez com uma novidade high-tech, como o nosso Primeiro tanto gosta: havia um helicóptero da Polícia com um foco de luz a esquadrinhar os telhados de ambos os bairros... E durou horas num vai e vem entre bairros, que até dava para as equipas de reporteres da SIC encherem chouriços à custa disso: "Agora, já estou a ouvir novamente o helicoptero a sobrevoar o bairro..." para daí a uns minutos, o outro reportér lá se vangloriar que agora era no bairro dele que o helicoptero andava.

Mandavam parar toda a gente, revistavam as pessoas e os carros, um festival... Mas no outro dia, quais foram os resultados? Um ou outro que se "esqueceu" de tirar a pistola do carro, outros que não tinham seguro ou carta de condução, e com certeza, muita gente destes 2 bairros que foi fazer umas férias forçadas por outras paragens, para evitar "encontros imediatos" com a Polícia.
Ou seja, fundamentalmente foi show-off, que se tem mantido nos últimos dias com operações stop ao quilo por todo o lado, para que os telejornais e a imprensa escrita tenham muito com que se entreter em vez de andarem a passar a mensagem que isto está uma bandalheira!! Não, não está, mas quando é preciso "demonstrações de força" destas para fingir que ainda temos alguma segurança, realmente algo vai mal nesta Suburbia, e posso até dizer, algo vai podre na República Portuguesa.

Não conheço o tempo da Ditadura, logo não posso sequer comparar, mas as liberdades e libertinagens que hoje se permite a todos, vão ter consequências muito graves no futuro do País, com as gerações futuras a não terem qualquer referência moral ou de valores, e em que o crime, a corrupção, o compadrio, a mesquinhez é que são idolatradas como sendo os valores da sociedade moderna.

Um desses valores é o respeito pelos outros e pela autoridade, que cada dia é mais espezinhada, denegrida e desvalorizada. Daqui até a própria autoridade se tornar autofágica, com os policias a fazerem de ladrões, já pouco falta, pois o exemplo está bem na frente deles. Eles prendem, e os criminosos riem-se na cara deles e vão embora, porque devido a uma lei cobarde não os podem prender.

É este País de impunidade que vamos continuar a ter? Em que apenas a lei do mais forte impera? Esta semana foi um helicóptero... nas noites seguintes mais serão, mas absolutamente inúteis para controlar o crescimento de violência gratuita na sociedade onde cada vez mais se caminha para a necessidade de 1 policia para cada pessoa.

A culpa é de quem? Como já é hábito, morrerá solteira e mal amada. Triste sorte a da Suburbia

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Perguntas interessantes!

Aqui estão um conjunto de perguntas simples, mas que convido a tentarem descobrir a resposta e colocá-la aqui no blog (usem os comentários, por favor).

1. Como se escreve zero em algarismos Romanos?
2. Porquê os Flintstones comemorarem o Natal se eles viviam numa época antes de Cristo?
3. Porquê os filmes de batalhas espaciais têm explosões tão barulhentas se o som não se propaga no vácuo?
4. Se depois do banho estamos limpos porquê lavamos a toalha?
5. Se Deus está em todo lugar, porquê as pessoas olham para cima para falar com ele?
6. Se os homens são todos iguais, porquê as mulheres escolhem tanto?
7. Porquê a palavra "Grande" é menor do que a palavra "Pequeno"?
8. Porquê "Separado" se escreve tudo junto e "Tudo junto" se escreve separado?
9. Se o vinho é liquido, como pode existir vinho "Seco"?
10. Porquê as luas dos outros planetas têm nomes mas a nossa se chama só lua?
11. Porquê as pessoas apertam o comando da televisão com mais força quando a pilha está fraca?
12. O instituto que emite os certificados de qualidade ISO 9002 tem qualidade certificada por quem?
13. Quando inventaram o relógio como sabiam que horas eram para poder acertá-lo?
14. Se a ciência consegue desvendar até os mistérios do DNA, porquê ninguém descobriu ainda a fórmula da Coca-Cola?
15. Como foi que a placa "É Proibido Pisar a Relva" foi lá colocada, sem pisar a relva?
16. Porquê quando alguém nos pede que ajudemos a procurar um objecto perdido temos a mania de perguntar: "Onde o perdeste?"?
17. Porquê há pessoas que acordam os outros para perguntar se estavam a dormir?

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O nome influencia o futuro de uma pessoa?

Como futuro pai, estou agora a passar por esta fase de escolha de um nome para colocar para sempre num ser humano que vai nascer.
A escolha será sempre um pouco egoísta, mesmo que seja reflectida e discutida até à exaustão. Mas será que realmente influencia para sempre a vida dessa pessoa? Há nomes mais fortes que outros, mais bonitos que outros, mais impronunciáveis que outros. Há nomes verdadeiramente torturantes, em que parece que os pais querem é castigar a criança por nascer.

Mas se retirarmos os extremos, como é que esta escolha pode afectar a vida futura de um ser que nada sabe sobre o seu futuro, a não ser que seu o presente é instantâneo, e o seu passado cresce a cada dia que passa?

Como já devem ter percebido, a escolha não está a ser pacífica, quer por questões linguísticas / culturais, quer por preferências bem diferentes. Não querem dar uma ajudinha? A sondagem tá aí no topo do blog!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

E pronto, lá volta a ser notícia...

Morreu mais um desgraçado na bem frequentada Quinta do Mocho, bairro de lata ou ghetto pós moderno que fica na saída norte de Sacavém. Além desse desgraçado, houve mais 4 feridos com menor gravidade, tudo boa gente que estava apenas numa festa de confraternização.

Fala-se de rixa entre membros de gangs, drive-by com tiros e tudo, de fazer inveja a qualquer bom ghetto nigga norte-americano.

Se não fosse Agosto, também conhecido por silly season, e não estivessem ainda tão próximos os incidentes como o tiroteio da Quinta da Fonte e o próprio assalto ao BES com reféns, acho que se ficava por mais uma nota de rodapé nos jornais mais "sangrentos", tipo Correio da Manhã, 24 Horas, etc.

O quotidiano de pequena e grande violência já começa a ser tão normal por esta zona da Subúrbia, que pessoalmente já estranho ver notícias sobre o assunto, tal o abandono em que todos estamos. A Polícia pode até aparecer agora mais musculada por uns tempos, mas apenas mitiga o problema. Não tenho nenhuma cura milagrosa para este mal, a não ser a via xenófoba do "corram com esses gajos todos daqui à pedrada" ou "era metê-los todos num barco e no meio do oceano afundá-lo". Claro que além de politicamente incorrecto, na prática não serviria para absolutamente nada e quem disser o contrário ainda é mais criminoso do que os que por aqui andam aos tiros.

No entanto, esta situação deriva de uma total ausência de politicas de integração, mas também de correcta repressão e criminalização deste tipo de comportamentos. Um destes dias, um estimado "vizinho" dizia numa reportagem: "Só se anda nos gangs até aos 25 anos; depois dessa idade, morres, vais preso ou casas-te e começas a trabalhar para ganhar a vida".
Ou seja, como comunidade, na globalidade, há muita gente honesta, que trabalha para ganhar a vida ou tem o seu negócio e que se vê enxovalhada por bandos de jovens que nada tem ou querem fazer.

Se juntarmos a isto as politicas de integração social pela via do subsídio, em que não se estimula a ajuda para encontrar trabalho, mas sim nada fazer desobrigando os próprios receptores do dinheiro a esforçarem-se por o merecerem, tudo vai continuar exactamente na mesma ou até piorar.

Neste momento, o País, até pelas dificuldades financeiras que está a passar, pelo nível de desemprego, precisa de estimular o trabalho e castigar a ociosidade. Há que demonstrar autoridade moral e institucional estimulando a geração de uma cultura de trabalho a todos os níveis, desde o jovem delinquente que é apanhado a roubar, ao calão que vive à custa dos 10 filhos e respectivo subsídio de reinserção (reinserção em quê?), até ao desempregado que só quer é receber o fundo de desemprego, mas pouco faz para tentar ser produtivo.

Talvez por ser um pouco idealista, penso que é mais útil para a sociedade a médio prazo, pôr os delinquentes a trabalhar (trabalho comunitário ou em prol do bem estar de todos, ajudar a recuperar aquilo que destruíram, mas de forma compulsiva) do que enfiá-los numa cela ou, pior ainda, arranjar desculpas legais para não os castigarem por desrespeitar os outros (ou não é verdade que a minha liberdade termina onde começa a do meu parceiro??).

Mas atenção, há algo que a sociedade, sobretudo nas metrópoles, está a esquecer: nós podemos até incorporar hábitos, tradições, estilos de vida de outros países, mas quem vem para um país (e isto é válido em Portugal, como no Burundi ou no Nepal), deve em primeiro lugar respeitar as leis, costumes, tradições e as regras sociais desse país e devem ser premiados aqueles que, apesar de diferenças culturais ou sociais, sabem que há adaptações a fazer nas suas vidas e convivem com isso com a naturalidade de um ser inteligente e adaptável como é o ser humano.

Um dia talvez este ciclo da Suburbia violenta se quebre, seja por que me fui embora, ou algo realmente mudou. Neste momento da vida, e com uma responsabilidade acrescida de vir a educar mais uma criança, este ambiente seria interessante pela multiculturalidade, mas a violência conspurca tudo e serei provavelmente obrigado a desistir de lutar pelo lugar onde sempre vivi, mas que agora não tem condições para ver crescer o meu filho. Tenho pena, pela cidade, pelas pessoas, pelas gerações que vem aí, mas esta Suburbia é cada vez mais um gigantesco bairro de lata onde não há respeito por nada nem ninguém.

Um dia estas mortes deixarão de ser noticia. Espero que esse dia ainda venha muito longe, mas se ninguém tiver um pulso forte, esse dia está já aí ao virar da esquina.

domingo, 10 de agosto de 2008

Anedota ? Triste Realidade...

ANEDOTA em que se transformou o nosso País:

- Uma adolescente de 16 anos pode fazer livremente um aborto mas não pode pôr um piercing.

- Um jovem de 18 anos recebe 200 Euros do Estado para não trabalhar; um idoso recebe de reforma 236 Euros depois de toda uma vida do trabalho.

- Um marido oferece um anel à sua mulher e tem de declarar a doação ao fisco.

- O mesmo fisco penhora indevidamente o salário de um trabalhador e demora 3 anos a corrigir o erro.

- Nas zonas mais problemáticas das áreas urbanas existe 1 polícia para cada 2000 habitantes; o Governo diz que não precisa de mais polícias.

- Um professor é sovado por um aluno e o Governo diz que a culpa á das causas sociais.

- O café da esquina fechou porque não tinha WC para homens, mulheres e empregados. No Fórum Montijo a WC da Pizza Hut fica a 100mts e não tem local para lavar mãos.

- O governo incentiva as pessoas a procurarem energias alternativas ao petróleo e depois multa quem coloca óleo vegetal nos carros porque não paga ISP (Imposto sobre produtos petrolíferos).

- Nas prisões é distribuído gratuitamente seringas por causa do HIV, mas é proibido consumir droga nas prisões!

- No exame final de 12º ano és apanhado a copiar chumbas o ano, o primeiro-ministro fez o exame de inglês técnico em casa e mandou por fax e é engenheiro.

- Um jovem de 14 mata um adulto, não tem idade para ir a tribunal. Um jovem de 15 leva um chapada do pai, por ter roubado dinheiro para droga, é violência doméstica!

- Uma família a quem a casa ruiu e não tem dinheiro para comprar outra, o estado não tem dinheiro para fazer uma nova, tem de viver conforme podem. 6 presos que mataram e violaram idosos vivem numa sela de 4 e sem wc privado, não estão a viver condignamente e associação de direitos humanos faz queixa ao tribunal europeu.

- Militares que combateram em África a mando do governo da época na defesa de território nacional não lhes é reconhecido nenhuma causa nem direito de guerra, mas o primeiro-ministro elogia as tropas que estão em defesa da pátria no KOSOVO, AFEGANISTÃO E IRAQUE.

- Começas a descontar em Janeiro o IRS e só vais receber o excesso em Agosto do ano que vem, não pagas as finanças a tempo e horas passado um dia já
estas a pagar juros.

- Fechas a janela da tua varanda e estas a fazer uma obra ilegal, constrói-se um bairro de lata e ninguém vê.

- Se o teu filho não tem cabeça para a escola e com 14 anos o pões a trabalhar contigo num oficio respeitável, é exploração do trabalho infantil, se és artista e o teu filho com 7 anos participa em gravações de telenovelas 8 horas por dia ou mais, a criança tem muito talento, sai ao pai ou à mãe!

- Numa farmácia pagas 0.50€ por uma seringa que se usa para dar um medicamento a uma criança. Se fosse drogado, não pagava nada!

Obrigado Portugal. Estamos orgulhosos.

E agora?! Sim eu sei, vais voltar a olhar para o teu umbigo e dizer que tudo está bem, ou se disseres que está mal.. que pensas fazer em relação a isto?!
Deixar que os outros resolvam por ti?! Então mereces tudo isto em dobro.

Mexe-te, grita, mostra a tua indignação e luta, ou em breve poderás ser tu e os teus dentro destas estatísticas e o teu vizinho fará como tu. Olhará para o lado.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Como os tempos mudam...

Situação: O Pedro está a pensar ir até ao monte depois das aulas, assim que entra no colégio mostra uma navalha ao João, com a qual espera poder fazer uma fisga.
Ano 1978: O director da escola vê, pergunta-lhe onde se vendem, mostra-lhe a sua, que é mais antiga, mas que também é boa.
Ano 2008: A escola é encerrada, chamam a Polícia Judiciária e levam o Pedro para um reformatório. A SIC e a TVI apresentam os telejornais desde a porta da escola.

Situação: O Carlos e o Quim trocam uns socos no fim das aulas.
Ano 1978: Os companheiros animam a luta, o Carlos ganha. Dão as mãos e acabam por ir juntos jogar matrecos.
Ano 2008: A escola é encerrada. A SIC proclama o mês anti-violência escolar, O Jornal de Notícias faz uma capa inteira dedicada ao tema, e a TVI insiste em colocar a Moura-Guedes à porta da escola a apresentar o telejornal, mesmo debaixo de chuva.

Situação: O Jaime não pára quieto nas aulas, interrompe e incomoda os colegas.
Ano 1978: Mandam o Jaime ir falar com o Director, e este dá-lhe uma bronca de todo o tamanho. O Jaime volta à aula, senta-se em silêncio e não interrompe mais.
Ano 2008: Administram ao Jaime umas valentes doses de Ritalin. O Jaime parece um Zombie. A escola recebe um apoio financeiro por terem um aluno incapacitado.

Situação: O Luis parte o vidro dum carro do bairro dele. O pai caça um cinto e espeta-lhe umas chicotadas com este.
Ano 1978: O Luis tem mais cuidado da próxima vez. Cresce normalmente, vai à universidade e converte-se num homem de negócios bem sucedido.
Ano 2008: Prendem o pai do Luís por maus tratos a menores. Sem a figura paterna, o Luís junta-se a um gang de rua. Os psicólogos convencem a sua irmã que o pai abusava dela e metem-no na cadeia para sempre. A mãe do Luís começa a namorar com o psicólogo. O programa da Fátima Lopes mantém durante meses o caso em estudo, bem como o Você na TV do Manuel Luís Goucha.

Situação: O Zézinho cai enquanto praticava atletismo, arranha um joelho. A sua professora Maria encontra-o sentado na berma da pista a chorar. Maria abraça-o para o consolar.
Ano 1978: Passado pouco tempo, o Zézinho sente-se melhor e continua a correr.
Ano 2008: A Maria é acusada de perversão de menores e vai para o desemprego. Confronta-se com 3 anos de prisão. O Zézinho passa 5 anos de terapia em terapia. Os seus pais processam a escola por negligência e a Maria por trauma emocional, ganhando ambos os processos. Maria, no desemprego e cheia de dívidas suicida-se atirando-se de um prédio.

Situação: Um menino branco e um menino negro andam à batatada por um ter chamado 'chocolate' ao outro.
Ano 1978: Depois de uns socos esquivos, levantam-se e cada um para sua casa. Amanhã são colegas.
Ano 2008: A TVI envia os seus melhores correspondentes. A SIC prepara uma grande reportagem dessas com investigadores que passaram dias no colégio a
averiguar factos. Emitem-se programas documentários sobre jovens problemáticos e ódio racial. A juventude Skinhead finge revolucionar-se a respeito disto. O governo oferece um apartamento à família do miúdo negro.


Situação: Disciplina escolar
Ano 1978: Fazias uma asneira na sala de aula. O professor espetava duas lostras bem merecidas. Ao chegar a casa o teu pai dava-te mais duas porque 'alguma deves ter feito'
Ano 2008: Fazes uma asneira. O professor pede-te desculpa. O teu pai pede-te desculpa e compra-te uma Playstation 3.

Situação: Chega o Outono
Ano 1978: Chega o dia de mudança de horário de Verão para Inverno. Não se passa nada.
Ano 2008: Chega o dia de mudança de horário de Verão para Inverno. As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão e caganeira.
Se pensarem bem, quem já passou dos 30, como eu, vê que este texto apesar de satírico, não anda assim tão longe da realidade. Ao tanto querermos proteger os nossos filhos, estamos a formar gerações de gente amorfa, laxista, sem valores nem princípios, de pequenos reizinhos que não sabem o que são limites.
Ou será que já de nada vale a máxima "A minha liberdade termina onde começa a do vizinho"?

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Já falou com o seu vizinho nos últimos dias?

A pergunta parece um pouco provocatória, parva até para quem sai de casa a correr atrasado para o emprego, para levar os miúdos para a escola, ou para um qualquer compromisso que se tinha esquecido.
Também pode parecer idiota para quem todos os dias perde horas nas filas de trânsito, nos transportes ou até mesmo no trabalho, porque há aquela tarefa urgente que há três meses atrás alguém se esqueceu de lhe delegar.
A vida na Suburbia tem estas idiossincrasias onde cada dia menos atenção se presta aos que nos rodeiam, a começar pelos próprios vizinhos, que em particular em grandes condomínios, são estranhos com que nos cruzamos no elevador, nas escadas ou o na reunião de condomínio uma vez por ano.
Pois atentem na noticia bizarra que surgiu na edição online do Jornal Sol de 16/Maio/2008, e que transcrevo.

Mulher morreu há 35 anos e ninguém deu pela sua falta

Os governos mudaram. Uma guerra começou e chegou ao fim. Os vizinhos tiveram filhos e depois netos. Mas Hedviga Golik nunca deixou o seu pequeno apartamento em Zagreb, Croácia, até que o seu corpo já mumificado foi descoberto 35 anos após a sua morte.

A polícia afirmou que ninguém a tinha dado como desaparecida e que o corpo continua por reclamar.

Os moradores do prédio de Hedviga, na baixa da capital croata, decidiram entrar em sua casa por considerarem que o apartamento lhes devia pertencer a eles e não a Hedviga. Quando entraram viram o corpo deitado na cama. Assustados chamaram a polícia.

Os peritos calculam que a mulher deve ter morrido em 1973, altura que coincide com a última vez que foi vista por uma das vizinhas. Davor Strinovic, um dos criminalistas, afirmou que a causa da morte parece ter sido natural, mas «é quase impossível afirmá-lo com certeza» após tanto tempo.

Alguns dos vizinhos disseram que Hedviga tinha falado em ir para o estrangeiro, o que parece explicar a razão pela qual ninguém deu pela sua falta.

Segundo os criminalistas, o mau cheiro, característico dos cadáveres, foi dissipado pelas janelas que permaneceram abertas durante este tempo. Não se sabe ainda ao certo se alguém ou quem pagava as contas de Hedviga e a quem pertencia, realmente, a casa. Em 1973, os apartamentos pertenciam ao Estado.

Os vizinhos querem agora que o apartamento seja partilhado pelos restantes inquilinos.

A descoberta do cadáver de 35 anos trouxe o debate para os media: «Como é possível que uma mulher tenha morrido há tanto tempo sem que ninguém tivesse dado pela sua falta?». Uma jornalista local afirmou que era a prova da crescente alienação das pessoas.

«Meus queridos vizinhos! Por favor continuem a ser curiosos e às vezes incómodos, como têm sido até agora»,escreveu a jornalista Merita Arslani no jornal Jutarnji.

Em Portugal, ainda temos muito o culto da bisbilhotice da vida alheia, por isso, ainda é pouco provável que episódios destes aconteçam, mas isto demonstra o grau de alienação da vida em sociedade para que caminhamos, se algo não for feito por cada um de nós para o evitar.
Não é preciso bisbilhotar, querer saber tudo sobre os vizinhos, os que nos rodeiam, mas tentemos conhecer um pouco melhor as pessoas que convivem connosco e que partilham um pouco das nossas vidas. Quem sabe isso não ajuda a tornar a convivência um pouco menos penosa e consigamos ultrapassar aqueles conflitos que habitualmente surgem entre vizinhos.
Com o envelhecimento da população portuguesa e por arrasto, da Suburbia, há cada vez mais pessoas sós, abandonadas, cuja ligação com a realidade passa apenas por uma conversa de ocasião com um vizinho, pois até a família se esqueceu dela.

Não há nada mais triste e até desumano do que um ser humano abandonado, só e esquecido no meio de uma multidão. Não se esqueça disso, pois um dia pode ser você na mesma situação!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Manifesto em Defesa da Língua Portuguesa contra o Acordo Ortográfico

O Manifesto em Defesa da Língua Portuguesa contra o Acordo Ortográfico é mais um manifesto contra o novo acordo ortográfico, desta vez tem como primeiros signatários algumas personalidades com algum peso e provas dadas no estudo e evolução da Língua Portuguesa, que lhe confere alguma seriedade intelectual, concordando-se ou não com o seu conteúdo.

Tal como no post anterior sobre este assunto, este serve apenas como divulgação também deste manifesto, apresentado de uma forma mais sustentada e séria que o anterior. Concordo com a maioria do seu conteúdo, pelo que também sou signatário.

No entanto, continuo a afirmar que há falta de informação sobre este acordo e que não sou contra um acordo ortográfico. Com os dados que tenho considero que este acordo não será o que melhor serve os interesses dos diversos povos falantes de Português.

Petição Contra o Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

Petição Contra o Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

Não sou a favor nem contra, porque sinceramente ainda não consegui que alguém desapaixonadamente me explicasse quais vão ser as alterações com impacto no meu dia-a-dia e no dos meus descendentes. Até porque actualmente, já vivo embrulhado num acordo ortográfico luso-brasileiro por razões matrimoniais!!

Mas aqui fica para quem é obtusamente contra e acha que vamos perder a Soberania Nacional por assinarmos este acordo.

domingo, 4 de maio de 2008

Milionário em grande estilo

Este concorrente do "Quem Quer Ser Milionário" da versão americana dá um belo exemplo de auto-confiança, na hora da última pergunta, que vale 1.000.000 USD.

Duvido sinceramente que houvessem muitos com o sentido de humor, numa hora de tanta pressão, para fazer o que ele fez, mas está lindo!!! A minha fonte foi aqui mas há várias versões no YouTube para todos os gostos!


sábado, 3 de maio de 2008

Não sejas chato no Messenger

Aqui está um manual simples de seguir para quem não quer ser chato e inconveniente na ferramenta de comunicação em maior crescimento depois do telemovel, o Instant Messaging.

O post original não está ainda de acordo com Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 2008, e foi escrito a pensar nos jovens brasileiros moderninhos, viciados no Messenger.

Mas serve com bom exemplo para o que NÃO deve fazer no MSN! Divirta-se!!


Quantas pessoas bloqueadas você tem no seu messenger? Quantas delas você bloqueou por serem mega chatas e inconvenientes? Será que muita gente te bloqueou?

Calma, não precisa enlouquecer pensando nessas perguntas sem resposta, nem entrar naqueles sites malucos que trocam teu nick. A gente vai te ajudar a ser a pessoa mais bacana da lista dos seus amigos, todo mundo vai querer te adicionar e bater um papinho. Basta NÃO fazer algumas coisinhas.

Chamar atenção

Tem coisa mais chata do que sua tela tremendo sem parar? Daí você abre a janela do infeliz que chamou sua atenção e ele não diz nada de importante, só queria saber se você ainda estava lá. Aaaaaaah, que vontade de bater na pessoa, né? Chamar atenção só em momentos de extrema necessidade, tipo quando seu time fez um gol no time da pessoa, ai vale!

Entrar várias vezes

De repente você olha pro computador e tem a mesma janela milhares de vezes. O mané não tem o que fazer e ficou entrando e saindo sem parar, só pra todo mundo notar que ele chegou. Isso é tipo chegar numa festa e gritar “olha pra miiiim”. Não dá, né?

Emoticon

Pra começar, emoticon é coisa de menina. E outra, você não quer fazer uma frase cheia de carinhas e coisinhas frescas, quer? Nomear os emoticons com aspas, números e símbolos é a melhor coisa a fazer. E não é qualquer imagem que merece ser salva, se for aquela mina gostosa, beleza, mas um baratinho amarelo com cara de bobo...não dá pra perder tempo!

Papo de elevador

- Oi.
- Oi.
- Tudo bem?
- Tudo e você?
- Também.

E ai rola aquela palha tipo de filme de faroeste, saca?
Se não tem assunto, nem se dá o trabalho de abrir a janela da pessoa. Chatão, né?

Convite pra webcam

Você quer, porque quer ligar a câmera pra mina que você ta pegando. Daí fica mandando um monte de convites, que ela não aceita. Ao invés de pensar “pode ser melhor parar”, o que você faz? Manda mais convites. A hora que ela te mandar um convite pro inferno, não reclama. E se a mãe dela estivesse ao lado? Quer a sogrona te vendo também, é?

Falar besteira

A pessoa chega no messenger e já manda a mensagem:

- Noooooossa, você tava beeeem louco ontem, hein!

A mensagem chega no seu computador bem no momento que sua namorada, que achou que você estivesse doente, ta dando uma olhadinha nos e-mails. Resultado: fim da amizade. E do namoro. Antes de mandar mensagens desse tipo, ou sobre coisas que não devem ser comentadas, pergunta de a barra tá limpa, né?

Se você seguir todas as nossas dicas e ainda assim for bloqueado por todo mundo, sem querer te desanimar, mas o problema dessa vez, é você. Mas dá pra consertar, tenha esperança! ;)

in "O que Rola - iG Jovem"

quinta-feira, 1 de maio de 2008

E agora, um bocadinho de publicidade

Para quem tem andado aqui pelo "Vista do Subúrbio", reparou que aqui o canto anda cheio de widgets e links para uma série de serviços de publicitação/catalogação do blog.
Uma vez que os comentários tem sido tão pouco frequentes, apesar já ter ultrapassado os 1500 pageviews (uauuuuuuuuu, melhor que isto só a CNN!!), decidi fazer propaganda da "banha da cobra" que vou vendendo neste pequeno jornal com a minha visão sobre a vida nos subúrbios de Lisboa.

Assim, o "Vista do Subúrbio" já está cadastrado nos seguintes sites de pesquisa/catalogo de blogues:

Technorati
SAPO Links e página pessoal no Sapo Links
BlogBlogs: O maior site de indexação, ranking e busca de blogs do Brasil
Blog.com.pt - Comunidade de bloggers portugueses
BlogCatalog - Blog Directory, Blogs, Blog Sites
My del.icio.us

Além disso, para quem ainda não conhecia, houve uma primeira tentativa de me perder no universo do blogging, a que comecei por chamar "Olhar para o Subúrbio", ainda alojado na plataforma do SAPO e que agora foi ressuscitado com a migração para a nova plataforma do SAPO.
Curiosamente (ou talvez não), parece que as minhas prosas mais antigas estão a ter mais visitas do que as prosas do Vista... Será que isto tem alguma conotação retorcida com a polémica sobre qual dos 2 sistemas operativos da Microsoft é o melhor (XP ou Vista)?

Tudo isto está a ser feito para que mais e mais arrisquem a ler, comentar, criticar as minhas prosas ou glosas (por que nem tudo é obviamente original) e deixem também as vossas impressões sobre o que é viver na Suburbia.

Perdoem-me o intervalo para publicidade. Os assuntos sérios seguem dentro de momentos! Obrigado!

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Elogio do Amor (Miguel Esteves Cardoso)

Eu sei que este texto não cola muito bem com o contexto do resto do blogue, mas é interessante, pois demonstra como a sociedade mais urbana, mais calculista, começa a perder determinados valores que antes eram os pilares de uma vida. Pessoalmente, apesar de considerar o Miguel Esteves Cardoso uma mente louca, tem rasgos de genialidade e sobretudo retrata bem o ser e estar no Portugal Urbano dos dias de hoje, ou seja, a Suburbia.

Este texto saiu no Expresso em 2005, não consegui precisar a data nem obter a fonte original, mas podem encontra-lo aqui, aqui, ou aqui, por exemplo.

Quero fazer O elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de
verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar
sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.
Porque dá jeito. Porque são colegas e estão Ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é
mais barato, por causa DA Casa. Por causa DA cama. Por causa das cuecas e
das calças e das contas DA lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de
antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em 'diálogo'. O amor
passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios.
Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa
variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser
desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O
resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam
'praticamente' apaixonadas.

Eu quero fazer O elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do
amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas,
farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi
namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como OS de hoje.
Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia,
são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, Malta do 'tá tudo bem,
tudo bem', tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides,
borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já
ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, O
desequilíbrio, O medo, O custo, O amor, a doença que é como um cancro a
comer-nos O coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não
é para ser O alívio, O repouso, O intervalo, a pancadinha nas costas, a
pausa que refresca, O pronto-socorro DA tortuosa estrada DA vida, O nosso
'dá lá um jeitinho sentimental'. Odeio esta mania contemporânea por sopas e
descanso. Odeio OS novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se
vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a
loja. Foi trespassada ao pessoal DA pantufa e DA serenidade. Amor é amor. É
essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é
para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode.
Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para
nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de
inferno aberto.

O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes Mata O amor. A
'vidinha' é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um
fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem
tanto a ver Com a vida de cada um como O clima. O amor não se percebe. Não
dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa
alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe,
não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que
a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e
minta e sonhe O que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade
pode matar, O amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num
momento, num olhar, O coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por
muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração
guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida,
quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso
amor, o amor que se lhe tem.

Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se
ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver
sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode
ceder. Não se pode resistir.

A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não.
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.

Miguel Esteves Cardoso, in Expresso



segunda-feira, 21 de abril de 2008

Mestrado em Gestão de Campos de Golfe

Aí está o futuro da Educação em Portugal, ou devemos dizer o futuro da education in West Coast of Europe, made by Tugas, retirado do blogue Abnoxio


Acho que nem merece muitos comentários, apesar da profissão ser tão nobre quanto qualquer outra! Apenas demonstra o tipo de subserviência que cada vez mais temos perante tudo o que é importado, sejam produtos, sejam ideias, sejam pessoas.

Mas esta Suburbia gerida por mestres é com certeza mais bem tratada do que aquela em que vivo actualmente!

sábado, 19 de abril de 2008

Cuidado, esta gente vota (ou a estupidez que nem sempre tem limites)

Isto é obviamente uma caricatura do que é o ser humano, mas não deixa de nos fazer pensar o nível de estupidez que há por essa Suburbia. Poderiam até chamar-se "Episódios da Vida Moderna" ou mas o título original é "Cuidado, esta gente vota!". No entanto, desconfio que haja muitos de nós que já ouviram, viram ou passaram por situações bizarramente semelhantes:

Um amigo meu comprou um frigorífico novo e para se livrar do velho, colocou-o em frente do prédio, no passeio, com o aviso:
"Grátis e a funcionar. Se quiser, pode levar".
O frigorífico ficou três dias no passeio sem receber um olhar dos passantes. Ele chegou à conclusão que as pessoas não acreditavam na oferta. Parecia bom de mais para ser verdade e mudou o aviso: "Frigorífico à venda por 50,00 €."
No dia seguinte, tinha sido roubado!

Ao visitar uma casa para alugar, o meu irmão perguntou à agente imobiliária para que lado era o Norte, porque não queria que o sol o acordasse todas as manhãs.. A agente perguntou: "O sol nasce no Norte?" Quando o meu irmão lhe explicou que o sol nasce a Nascente (aliás, daí o nome e que há muito tempoque isso acontece!) ela disse: "Eu não estou actualizada a respeito destes
assuntos".

Trabalhei uns anos num centro de atendimento a clientes em Ponta Delgada - Açores. Um dia, recebi um telefonema de um sujeito que perguntou em que horário o centro de atendimento estava aberto.
Eu respondi: "O número que o senhor discou está disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana."
Ele então perguntou: "Pelo horário de Lisboa ou pelo horário de Ponta Delgada?"
Para acabar logo com o assunto, respondi: "Horário do Brasil."

Um colega e eu estávamos a almoçar no self-service da empresa, quando ouvimos uma das assistentes administrativas falar a respeito das queimaduras de sol que ela tinha, por ter ido de carro para o litoral. Estava num descapotável, por isso, "não pensou que ficasse queimada, pois o carro estava em movimento."

A minha cunhada tem uma ferramenta salva-vidas no carro, para cortar o cinto de segurança, se ela ficar presa nele. Ela guarda a ferramenta no porta-bagagens!

Uns amigos e eu fomos comprar cerveja para uma festa e notámos que as grades tinham desconto de 10%. Como era uma festa grande, comprámos 2 grades. O caixa multiplicou 10% por 2 e fez-nos um desconto de 20%.

Saí com um amigo e vimos uma mulher com uma argola no nariz, ligada a um brinco, por meio de uma corrente. O meu amigo disse: "Será que a corrente não dá um puxão cada vez que ela vira a cabeça?" Expliquei-lhe que o nariz e a orelha de uma pessoa permanecem à mesma distância, independentemente da pessoa virar a cabeça ou não.

Ao chegar de avião, as minhas malas nunca mais apareciam na área de recolha da bagagem. Fui então ao sector da bagagem extraviada e disse à mulher que as minhas malas não tinham aparecido. Ela sorriu e disse-me para não me preocupar, porque ela era uma profissional treinada e eu estava em boas mãos."Agora diga-me, perguntou ela... o seu avião já chegou?"


À espera de ser atendido numa pizzaria observei um homem a pedir uma pizza para levar. Ele estava sozinho e o empregado perguntou se ele preferia que a pizza fosse cortada em 4 pedaços ou em 6. Ele pensou algum tempo, antes de responder: "Corte em 4 pedaços; acho que não estou com fome suficiente para comer 6 pedaços"


Agora já sabem QUEM elege os políticos!... Apesar da política estar totalmente desacreditada, isso deriva de uma sociedade completamente amorfa, em que apenas a boçalidade e estupidez são notabilizadas. Viva a sua vida de forma mais inteligente e participativa!

sábado, 12 de abril de 2008

"Poema Enjoadinho" - Vinicius de Moraes

"Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaça
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:

Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!"

De Vinicius de Moraes


Como são belas as palavras simples, que qualquer um de nós poderia ter dito ou pensado, mas que apenas houve um iluminado que as soube pôr num simples poema. Vinicius de Moraes, como poeta brasileiro e urbano que era, soube bem retratar o que são as dúvidas e anseios de quem quer ter filhos, mas sempre tem dúvidas sobre esta decisão.

Quantos são os pais ou futuros pais que não sentiram já dentro de si esta dúvida, e depois dos filhos nascidos e de os terem feito passar por tormentos e torturas, continuam a dizer "Que coisa louca, que coisa linda que os filhos são!"?

No ambiente suburbano talvez isso seja cada vez mais verdade, pois os perigos e desafios que são colocados às gerações mais novas, fazem-nos pensar muito sobre que tipo de educação e que valores devemos incutir nos nossos filhos, para pelo menos tentar que eles sobrevivam quase incólumes à selva urbana. No entanto, eles acabam por ser sempre uma das razões porque ainda cremos que a Suburbia pode vir a ser melhor, pela sua inocência, pela sua visão quase sempre diferente do mundo. Eu com o meu modestíssimo contributo, tentarei incutir valores de respeito pelos outros, mas sabendo também exigir os seus direitos, ou seja, que sejam cidadãos da Suburbia que contribuam para ela ser um pouco melhor!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Wonderful Tonight



It's late in the evening; she's wondering what clothes to wear.
She puts on her make-up and brushes her long blonde hair.
And then she asks me, "Do I look all right?"
And I say, "Yes, you look wonderful tonight."

We go to a party and everyone turns to see
This beautiful lady that's walking around with me.
And then she asks me, "Do you feel all right?"
And I say, "Yes, I feel wonderful tonight."

I feel wonderful because I see
The love light in your eyes.
And the wonder of it all
Is that you just don't realize how much I love you.

It's time to go home now and I've got an aching head,
So I give her the car keys and she helps me to bed.
And then I tell her, as I turn out the light,
I say, "My darling, you were wonderful tonight.
Oh my darling, you were wonderful tonight."

"Wonderful Tonight", by Eric Clapton

Já ouvi opiniões sobre a tristeza desta letra, de como seria a prova de uma relação destroçada, mas não consigo deixar de me emocionar com esta canção, pois apesar de muito simples, representa algo que cada dia se esquece mais na Suburbia: sem o amor/amizade dos que nos são mais próximos, nada faz sentido.
Talvez por isso cada vez mais encontramos pessoas tristes, sem rumo, até ressabiadas com a vida, porque perderam um amor ou nunca foram amadas. Este amor não será apenas paixão, mas também amizade, querer bem a quem está próximo e que contribui todos os dias para que a vida que levamos seja um pouco menos penosa.

Nos dias loucos das sociedades actuais, o valor que é dado à individualidade é muito superior ao que é dado ao sentimento de bem querer pelos outros. Talvez por isso cada vez mais sejam incompreendidos os sentimentos de amizade desprendida, de vontade de ajudar o outro, de ter prazer na companhia de outro, sem que isso queira dizer que se quer tirar algum proveito adicional que não seja o puro prazer de ter essas pessoas ali ao nosso lado, nem que seja a fazer a coisa mais idiota que possamos pensar.

A felicidade também passa por esses momentos banais, mas que devemos relembrá-los com carinho, pois caso contrário, a vida é um conjunto enorme de futilidades, e apesar de querer acreditar na vida para além de nós, são estas memórias que posso e quero guardar.

Quando leio esta letra e ouço esta música, ela aplica-se muito bem a mim e ao meu amor, que sempre me deixou orgulhoso de ter o amor dela e de a amar. Sem ela a minha vida não faria qualquer sentido, pois é o seu amor que me mantém a tona de água, aguentando o inferno da Suburbia nas suas vertentes mais escuras e assustadoras.

Porém a vida é feita da interacção com mais do que apenas 2 pessoas, e o meu sonho é que as pessoas que me rodeiam e que sempre tento ver o seu lado melhor, um dia possam retribuir com a sua amizade desprendida, e formar um grupo de pessoas que contribuam para uma Suburbia melhor, sejam eles família, amigos, colegas ou até apenas conhecidos.

Sou ingenuamente crente na ideia que a bondade produz bondade, a amizade retribui-se com amizade, e apesar de por vezes não o conseguir demonstrar, todos os que me rodeiam são importantes para aprender a viver uma vida melhor, a ser melhor como pessoa.

Isto parecem reflexões meramente egoístas, mas acredito que quem me conhece, se as ler, compreenderá o alcance do voo do meu pensamento.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

A Maior Empresa do Mundo

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os
desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar se ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de econtrar um oásis
no recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Fernando Pessoa

A Suburbia trata-nos por vezes de forma tão louca e fria que nos faz esquecer o essencial. Este poema de Fernando Pessoa faz pensar naquilo que é essencial, a força de viver, a vontade de sobreviver, mesmo num ambiente cheio de dificuldades, que muitas vezes não sabemos como ultrapassar. O objectivo final de todos é atingir a felicidade, mesmo que a espaços e por vezes salpicada de muitas dificuldades.

Este post é dedicado a todos os que acreditam que o seu espírito positivo pode ajudar a mudar a vida dos que os rodeiam. São esses espíritos que fazem a Suburbia um lugar menos difícil de viver, e pessoalmente ainda me fazem acreditar na beleza e riqueza do ser humano, por vezes tão espezinhada na sociedade em que vivemos.

Aos que tenho tido o prazer de conhecer pessoalmente, o meu reconhecido obrigado. Aos restantes, não percam a esperança de mudar o Mundo para melhor.

Se cada um trabalhar afincadamente para a maior empresa do mundo, talvez um dia, haja uma "fusão amigável" e consigamos evoluir para um ser superior, mais próximo do que convencionámos chamar Deus. Que esse seja o nosso legado para os futuros Suburbanos!

terça-feira, 25 de março de 2008

A vã arte de dizer nada (Parte II)

Não obstante, a determinação clara de objectivos desafia a capacidade de equalização do sistema de formação de quadros que corresponde às necessidades. A certificação de metodologias que nos auxiliam a lidar com a constante divulgação das informações causa impacto indirecto na reavaliação dos métodos utilizados na avaliação de resultados. Desta maneira, o início da actividade geral de formação de atitudes possibilita uma melhor visão global das condições inegavelmente apropriadas. As experiências acumuladas demonstram que a mobilidade dos capitais internacionais aponta para a melhoria do remanejamento dos quadros funcionais. O incentivo ao avanço tecnológico, assim como o surgimento do comércio virtual pode nos levar a considerar a reestruturação das formas de ação.

Todavia, a necessidade de renovação processual nos obriga à análise das directrizes de desenvolvimento para o futuro. Por conseguinte, a expansão dos mercados mundiais acarreta um processo de reformulação e modernização do processo de comunicação como um todo. O que temos que ter sempre em mente é que o desenvolvimento contínuo de distintas formas de actuação é uma das consequências das diversas correntes de pensamento. Caros amigos, a valorização de factores subjectivos cumpre um papel essencial na formulação do fluxo de informações.

É claro que o julgamento imparcial das eventualidades ainda não demonstrou convincentemente que vai participar na mudança dos procedimentos normalmente adoptados.

Percebeu alguma coisa? Mas já ouviram muitas destas frases em apresentações corporativas ou políticas muito pomposas, não foi? Pois, é tristemente verdade, mas os 3 paragrafos anteriores foram resultado não da minha sublime prosa, mas de um gerador automático de frases!!

Se quiserem podem experimentar em Gerador de Lero-Lero ou em Embromation - Como falar sem se comprometer com nada. Se estão com falta de imaginação, usem e abusem, mas depois não se admirem se ninguém entender nada!

segunda-feira, 24 de março de 2008

Há dias assim

A Páscoa passou por cá, deixando umas gripes, frio, doces, vontade de dias mais quentes e alegres, vontade de ser espiritualmente mais forte, e o que mais se quiserem lembrar para compor este ramalhete.

Mas a pobreza quer de espírito, quer monetária, mantêm-se inalteradas e até talvez aumentadas. Nestas últimas semanas, tenho-me cruzado na Linha Vermelha do Metro com uma personagem que me faz pensar 2 vezes sobre aquilo que tenho e que muitas vezes pouco valor dou.

Por volta das 19h, lá vem um mendigo maltrapilho sempre em direcção à Gare do Oriente, com os seus sapatos de cada modelo, 5 ou 6 peças de roupa vestidas de forma a tentar cobrir o frio, e um ar velho e desiludido. Senta-se sempre no mesmo banco, como se estivesse cativo, carruagem do meio, junto à porta do meio, no sentido contrário da composição e sempre virado para o corredor, como se ao mesmo tempo tivesse consciência da repulsa que causa em todos os que pensam em se sentar perto dele.

Há no entanto algo de curioso neste mendigo: passa a viagem toda a ler um qualquer jornal gratuito que tenha conseguido por aí. Como acredito que a vida não lhe tenha sido sempre madrasta, será que um dia já teve um emprego estável e terá tido uma boa educação? Será que já foi um qualquer integrante de uma família de classe média que se viu metido numa espiral de desespero por algum motivo que a todos escapa? Ou terá sido abandonado, como tantos velhos o são neste País, após os mais próximos lhe terem sugado o dinheiro todo?
Não sei, e duvido que alguma vez venha a saber, mas apesar da sujidade, das roupas velhas e rasgadas, noto que houve ali em tempos alguma dignidade. Qual terá sido o dia ou dias que lhe ditaram esta sorte madrasta?

Ele com certeza terá alguma dificuldade em sentir-se bem com a Páscoa, o Natal, ou qualquer outra festa religiosa, e terá provavelmente alguma dificuldade em acreditar em Deus ou qualquer outra entidade em que acreditamos que nos possa dar uma vida melhor. Mas quero acreditar que um dia já foi feliz! Há dias assim, de felicidade, e todos os merecemos, pois caso contrário a vida deixa de ter qualquer sentido.

Que a Suburbia com a sua indiferença o proteja, e lhe mantenha a pouca dignidade que lhe resta, nem que seja para morrer em paz. Enquanto isso, lá estará ele na Linha Vermelha do Metro, para nos recordar de onde ainda podemos chegar. Afortunados aqueles que sabem como ajudar honestamente pessoas que atingem este grau de pobreza, tornando-lhes a vida menos difícil. Não faço parte desse grupo, mas respeito quem tem essa coragem.

domingo, 23 de março de 2008

A vã arte de dizer nada

Hoje apetece-me a divagar sobre nada, pois nada me move neste momento.

Sei que isto é perfeitamente idiota, mas porque é que tudo na vida tem que ter uma sã motivação?
Escrever apenas porque me apetece, mas não para mudar o mundo, apenas para por neste mundo digital mais um estado de alma, suburbano, sem rumos, mas sempre querendo muito mais!

A incerteza sobre o futuro, faz-me pensar que não sei para onde vamos, que Suburbia vamos deixar aos nossos filhos, netos e demais pessoas que nos rodeiam. Mas, caramba, a não ser que haja um cataclismo cósmico, o futuro continuará, por conceito, cheio de incertezas mas também cheio de esperanças, que também é uma característica muito humana!

Não espero ser tomado muito a sério... Aliás, a ver pela quantidade de visitas, ninguém me leva nada a sério e ainda bem! Mas quero que os que lêem as minhas prosas pensem um pouco, pensem no que a vida pode ainda trazer de prazenteiro, de bom, de esperançoso sobre o que o futuro nos reserva.

Este post nada diz, mas quem sou eu para me colocar como um pensador capaz de mudar o Mundo? Não, apenas faço mudar o meu mundo, mudar o que me rodeia, e esperar que com a minha forma de estar possa influenciar positivamente na busca de um Mundo melhor.

Não sou pretensioso ao ponto de sentir que vou mudar mentalidades, mas quero que respeitem a minha diferença, assim como sempre tentei respeitar as diferenças dos outros, pelo menos dos que me estão mais próximos. Em casa, na família, no trabalho, na rua, tento ser apenas eu.
Não são muitos que conhecem para lá da mascara de suburbano, talvez como mecanismo de defesa contra os que podem usar a minha forma de ver o mundo como uma arma contra mim e contra os que amo.

Os que me deram o privilégio de estarem mais próximos, deram-me também o prazer de os conhecer um pouco melhor, de conhecer os seus anseios, alegrias, tristezas, forças e fraquezas, até a sua mesquinhez ou cinismo. A esses, tenho tendência de quase tudo perdoar, pois não se nega estender a mão a quem é suficientemente sincero para se expor aos outros, mesmo que seja apenas um pouco. Por respeitar tanto esse sentimento de abertura, é que considero que tudo o que me é dito faz parte de um elo de confiança que tudo devo fazer para não ser quebrado.

Por isso, a todos os que conheço e conheci, obrigado por enriquecerem a minha forma de ver o mundo. Sem isso, a Suburbia seria apenas uma definição milenar da arte de dizer nada, pois seria vazia, sem sentido. A Suburbia são os locais, os ambientes, mas são sobretudo as pessoas.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Para quem pensa que reclamar sempre compensa!

Hoje li uma notícia da Lusa que cito abaixo, que apesar de ser ostensivamente capciosa e que mostra apenas o superficial e o fait-divers à volta do acontecimento, pelo menos tem a vantagem de relembrar que nem todos os que reclamam tem razão.

"Porto, 14 Jan (Lusa) - Uma mulher que em 2005 pediu o Livro de Reclamações num restaurante de Matosinhos aguarda ainda o resultado da queixa, mas já foi condenada em tribunal por "pôr em causa o prestígio, crédito e confiança" do estabelecimento.

Fonte conhecedora do processo disse hoje que o Tribunal de Matosinhos condenou a mulher a indemnizar a dona do restaurante em 300 euros e a pagar uma multa de 15 euros por dia, para remir uma pena de 75 dias de prisão.

De acordo com a sentença do caso, a arguida foi condenada porque "disse repetidamente, em tom exaltado e de modo audível para as demais pessoas que se encontravam no restaurante àquela hora, nomeadamente que a comida não prestara e que nunca tinha sido tão mal servida".

Os factos remontam a Julho de 2005, durante um jantar de um grupo de médicos e enfermeiros de um centro de saúde, para assinalar a despedida de um colega de trabalho.

Perto do final do repasto, uma das participantes considerou ter sido tratada de forma indelicada por um dos funcionários, pedindo o Livro de Reclamações.

Segundo a fonte, o Livro de Reclamações só foi fornecido depois do pagamento das refeições e após a chamada da PSP.

Na sequência desta queixa, a reclamante foi notificada pelo tribunal, em Fevereiro de 2006, de uma queixa-crime que lhe tinha sido movida pela proprietária do restaurante que viria a resultar na sua condenação.

As expressões desprimorosas para o restaurante que determinaram a condenação terão sido proferidas pela arguida no intervalo de cerca de hora e meia que mediou entre o pedido do Livro de Reclamações e a sua apresentação.

A fonte afirmou que em Dezembro do ano passado, cerca de dois anos e meio após a ocorrência, a reclamação continuava em analise nos serviços camarários.

Contactada pela Lusa, fonte da Câmara de Matosinhos disse que está a avaliar o caso, prometendo esclarecimentos em breve.

JGJ.

Lusa/fim"


O que será que a senhora terá dito em tom exaltado? Imagino que apesar de potencialmente ser uma médica ou enfermeira, deve ter soltado algumas palavras que fazem corar as pedras da calçada, na forma tão características das gentes do Porto. Será que tinha razão?

Como cliente, mas também como fornecedor, já me senti dos 2 lados da barricada, e sei como se pode ser muito pouco objectivo na hora de reclamar sobre algo que não foi do nosso agrado, e também como essa reclamação pode ser completamente injusta ou injustificada face ao serviço prestado.
Claro que a maioria vai achar que estou a ser complacente, mas quando estou como cliente, tento ver o lado de quem me está a prestar um serviço ou a vender um bem, e só reclamo quando acho que estou objectivamente a ser prejudicado e não apenas por que não fui com a cara de quem está na minha frente.
Talvez seja essa a cultura predominante no País agora, pois antes todos comiam e calavam. Agora todos cospem no prato de comida que lhes dão e querem sempre mais e mais, e de preferência, de borla. É uma melhoria nos nossa forma de viver em sociedade, mas só teremos realmente evoluído quando reclamarmos com razão e essa razão nos seja reconhecida de forma expedita e civilizada, sem precisar recorrer a pressão psicológica, coação física ou ameaçar com a ASAE ou outro organismo regulador, que agora parece pior do que era ameaçar fazer queixa à PIDE no tempo da "outra senhora"!

Reclamem, mas racionalizem antes de o fazer, sob pena de vos acontecer o mesmo que a esta senhora, ou em alternativa, terem uma chatice imensa que não vai dar em nada.