terça-feira, 20 de novembro de 2007

Roupagem de Outono/Inverno

Com a chegada do frio, também está na hora de mudar de roupas aqui no blog e torna-lo um pouco mais "gráfico"! Espero que gostem!

Se não gostarem, a culpada chama-se esposa! Se gostarem, a culpa também é dela, que andou a ensinar-me os mandamentos básicos do CSS e a dar umas dicas! Finalmente aqueles livros todos que ela andou a ler sobre o assunto lá me ajudaram!

Quem diria que ainda fosse aprender algo com a minha cara-metade no que respeita a construção de blogs!??!?

Mas também tenho o privilégio de ser ajudado pela fundadora de um dos grupos de Hardanger mais movimentados do MSN Groups, por isso só poderia ficar melhor do que estava!

Espero que seja agora que tenha mais de mil visitantes. Para todos eles, sejam novamente benvindos!

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Divagações de uma noite de chuva

As noites invernosas na Suburbia são sempre um bom motivo para divagarmos um pouco, nem que seja para fazer passar o tempo enquanto não vamos ao encontro de um novo dia. Hoje como finalmente choveu algo neste Outono com cara de Verão, tenho direito de encher este blog com pouca coisa em que nada se aprende.

Para os poucos que me lêem, não coloquei aqui mais nenhum post até agora, porque merecem que seja no mínimo uma prosa minimamente inspirada. Ora como sou tudo menos um génio literário, a inspiração não vem todos os dias. A Suburbia é suficientemente vasta e variada para se quisermos, haver temas para milhares de crónicas, diárias, quase horárias!

No entanto, confesso que estes meses não tem sido os mais inspiradores nesta bendita Suburbia, não sei se por andar desencantado com tudo o que me rodeia, ou se é apenas consequência de mais de 35 anos exposto a uma mesma realidade.

É difícil obter inspiração quando sentimos que os meses e os anos passam e não parece haver qualquer tendência para uma melhoria da qualidade de vida perceptivel como habitantes da Suburbia. Não digo que vivo pior agora do que vivia quando era criança, pois neste momento consumo mais do que podia consumir no passado. Mas e daí? A felicidade faz-se num centro comercial ou numa loja de griffe? Talvez para alguns isso seja verdade. Para mim não é...

Todos temos os nossos momentos menos felizes, e neste País cada dia mais deprimido e deprimente, de que faço parte, quer como cidadão, quer como quadro superior que contribui numa ínfima parte para a sua evolução, sinto-me a definhar todos os dias, pois cada dia parece que os Portugueses estão mais estúpidos ou amorfos (não sei qual deles ou se ambos são verdadeiros).

Olho à minha volta e sinto que algo está a mudar, só não consigo entender para onde, e o que está a mudar. No entanto, tenho a nítida sensação que não faço parte dessa mudança, que não me sinto mais parte desta realidade. Há quem me diga que preciso de me adaptar à mudança, que "estão a mexer no meu queijo". Talvez assim seja, mas para mim a mudança tem que ser feita por pessoas, e são essas pessoas que me fazem acreditar na mudança que possa estar a ocorrer!
Talvez por andar um pouco desencantado com as pessoas, que as prosas também podem ter um sabor amargo. Sinto que estou numa encruzilhada, em que algo vai ter que mudar, em que se continuar este rumo, será auto-destrutivo. Mas como bom filho da Suburbia, tenho que seguir os seus passos. Ou será que ninguém reparou que a Suburbia caminha autofagicamente para a sua própria destruição?

Olhem à vossa volta. Onde estão as cidades pensadas como se fossem um lugar bonito para se viver? Onde hajam espaços em que possamos passear, estar com as crianças num local calmo, onde possam brincar sem haver perigos com automóveis, ou até com outras pessoas?
Onde estão os espaços pensados para estarmos ao ar livre? Centros comerciais nascem como cogumelos, como variantes malignas do mesmo vírus consumista. Prédios aparecem em todo o lado, e mesmo nos lugares que estavam minimamente planeados, vemos florestas de betão a brotar para vedar o acesso da Suburbia às restias de beleza natural ainda existentes.

Talvez por isso sinto-me acorrentado neste mundo feio! E talvez também por isso, sinta que estou a ficar feio por dentro e isso irrita-me, desgasta-me, desagrada-me e isso reflecte-se no que faço e penso. Talvez devido a esta fase ainda mais cinzenta, evito blogar, pois não sai nada mais coerente do que isto...

Prosas de chuva, enquanto o tempo passa...