terça-feira, 25 de março de 2008

A vã arte de dizer nada (Parte II)

Não obstante, a determinação clara de objectivos desafia a capacidade de equalização do sistema de formação de quadros que corresponde às necessidades. A certificação de metodologias que nos auxiliam a lidar com a constante divulgação das informações causa impacto indirecto na reavaliação dos métodos utilizados na avaliação de resultados. Desta maneira, o início da actividade geral de formação de atitudes possibilita uma melhor visão global das condições inegavelmente apropriadas. As experiências acumuladas demonstram que a mobilidade dos capitais internacionais aponta para a melhoria do remanejamento dos quadros funcionais. O incentivo ao avanço tecnológico, assim como o surgimento do comércio virtual pode nos levar a considerar a reestruturação das formas de ação.

Todavia, a necessidade de renovação processual nos obriga à análise das directrizes de desenvolvimento para o futuro. Por conseguinte, a expansão dos mercados mundiais acarreta um processo de reformulação e modernização do processo de comunicação como um todo. O que temos que ter sempre em mente é que o desenvolvimento contínuo de distintas formas de actuação é uma das consequências das diversas correntes de pensamento. Caros amigos, a valorização de factores subjectivos cumpre um papel essencial na formulação do fluxo de informações.

É claro que o julgamento imparcial das eventualidades ainda não demonstrou convincentemente que vai participar na mudança dos procedimentos normalmente adoptados.

Percebeu alguma coisa? Mas já ouviram muitas destas frases em apresentações corporativas ou políticas muito pomposas, não foi? Pois, é tristemente verdade, mas os 3 paragrafos anteriores foram resultado não da minha sublime prosa, mas de um gerador automático de frases!!

Se quiserem podem experimentar em Gerador de Lero-Lero ou em Embromation - Como falar sem se comprometer com nada. Se estão com falta de imaginação, usem e abusem, mas depois não se admirem se ninguém entender nada!

segunda-feira, 24 de março de 2008

Há dias assim

A Páscoa passou por cá, deixando umas gripes, frio, doces, vontade de dias mais quentes e alegres, vontade de ser espiritualmente mais forte, e o que mais se quiserem lembrar para compor este ramalhete.

Mas a pobreza quer de espírito, quer monetária, mantêm-se inalteradas e até talvez aumentadas. Nestas últimas semanas, tenho-me cruzado na Linha Vermelha do Metro com uma personagem que me faz pensar 2 vezes sobre aquilo que tenho e que muitas vezes pouco valor dou.

Por volta das 19h, lá vem um mendigo maltrapilho sempre em direcção à Gare do Oriente, com os seus sapatos de cada modelo, 5 ou 6 peças de roupa vestidas de forma a tentar cobrir o frio, e um ar velho e desiludido. Senta-se sempre no mesmo banco, como se estivesse cativo, carruagem do meio, junto à porta do meio, no sentido contrário da composição e sempre virado para o corredor, como se ao mesmo tempo tivesse consciência da repulsa que causa em todos os que pensam em se sentar perto dele.

Há no entanto algo de curioso neste mendigo: passa a viagem toda a ler um qualquer jornal gratuito que tenha conseguido por aí. Como acredito que a vida não lhe tenha sido sempre madrasta, será que um dia já teve um emprego estável e terá tido uma boa educação? Será que já foi um qualquer integrante de uma família de classe média que se viu metido numa espiral de desespero por algum motivo que a todos escapa? Ou terá sido abandonado, como tantos velhos o são neste País, após os mais próximos lhe terem sugado o dinheiro todo?
Não sei, e duvido que alguma vez venha a saber, mas apesar da sujidade, das roupas velhas e rasgadas, noto que houve ali em tempos alguma dignidade. Qual terá sido o dia ou dias que lhe ditaram esta sorte madrasta?

Ele com certeza terá alguma dificuldade em sentir-se bem com a Páscoa, o Natal, ou qualquer outra festa religiosa, e terá provavelmente alguma dificuldade em acreditar em Deus ou qualquer outra entidade em que acreditamos que nos possa dar uma vida melhor. Mas quero acreditar que um dia já foi feliz! Há dias assim, de felicidade, e todos os merecemos, pois caso contrário a vida deixa de ter qualquer sentido.

Que a Suburbia com a sua indiferença o proteja, e lhe mantenha a pouca dignidade que lhe resta, nem que seja para morrer em paz. Enquanto isso, lá estará ele na Linha Vermelha do Metro, para nos recordar de onde ainda podemos chegar. Afortunados aqueles que sabem como ajudar honestamente pessoas que atingem este grau de pobreza, tornando-lhes a vida menos difícil. Não faço parte desse grupo, mas respeito quem tem essa coragem.

domingo, 23 de março de 2008

A vã arte de dizer nada

Hoje apetece-me a divagar sobre nada, pois nada me move neste momento.

Sei que isto é perfeitamente idiota, mas porque é que tudo na vida tem que ter uma sã motivação?
Escrever apenas porque me apetece, mas não para mudar o mundo, apenas para por neste mundo digital mais um estado de alma, suburbano, sem rumos, mas sempre querendo muito mais!

A incerteza sobre o futuro, faz-me pensar que não sei para onde vamos, que Suburbia vamos deixar aos nossos filhos, netos e demais pessoas que nos rodeiam. Mas, caramba, a não ser que haja um cataclismo cósmico, o futuro continuará, por conceito, cheio de incertezas mas também cheio de esperanças, que também é uma característica muito humana!

Não espero ser tomado muito a sério... Aliás, a ver pela quantidade de visitas, ninguém me leva nada a sério e ainda bem! Mas quero que os que lêem as minhas prosas pensem um pouco, pensem no que a vida pode ainda trazer de prazenteiro, de bom, de esperançoso sobre o que o futuro nos reserva.

Este post nada diz, mas quem sou eu para me colocar como um pensador capaz de mudar o Mundo? Não, apenas faço mudar o meu mundo, mudar o que me rodeia, e esperar que com a minha forma de estar possa influenciar positivamente na busca de um Mundo melhor.

Não sou pretensioso ao ponto de sentir que vou mudar mentalidades, mas quero que respeitem a minha diferença, assim como sempre tentei respeitar as diferenças dos outros, pelo menos dos que me estão mais próximos. Em casa, na família, no trabalho, na rua, tento ser apenas eu.
Não são muitos que conhecem para lá da mascara de suburbano, talvez como mecanismo de defesa contra os que podem usar a minha forma de ver o mundo como uma arma contra mim e contra os que amo.

Os que me deram o privilégio de estarem mais próximos, deram-me também o prazer de os conhecer um pouco melhor, de conhecer os seus anseios, alegrias, tristezas, forças e fraquezas, até a sua mesquinhez ou cinismo. A esses, tenho tendência de quase tudo perdoar, pois não se nega estender a mão a quem é suficientemente sincero para se expor aos outros, mesmo que seja apenas um pouco. Por respeitar tanto esse sentimento de abertura, é que considero que tudo o que me é dito faz parte de um elo de confiança que tudo devo fazer para não ser quebrado.

Por isso, a todos os que conheço e conheci, obrigado por enriquecerem a minha forma de ver o mundo. Sem isso, a Suburbia seria apenas uma definição milenar da arte de dizer nada, pois seria vazia, sem sentido. A Suburbia são os locais, os ambientes, mas são sobretudo as pessoas.