sexta-feira, 8 de abril de 2011

Resgatados

E pronto, lá vamos continuar de mão estendida por mais umas gerações, a tentar sobreviver à gente que nos (se) governa. Sou filho da primavera Marcelista, andava quase de fraldas na Revolução dos Cravos e chego aos 40 mergulhado na ditadura da dívida.

Mas só estamos a ter aquilo que merecemos, pelo laxismo e brandos costumes que foram a nossa imagem de marca das últimas décadas. Não tenho ilusões quanto ao buraco em que estamos metidos, nem tenho esperança que consigamos sair dele numa geração.

Triste sina para quem tem filhos/netos como eu, saber que o futuro deles está hipotecado pela inépcia de várias gerações de pais/filhos que alegremente acreditaram na estória da carochinha em que este miseravel quadrado se tornou.

Revolução traz sangue, traz perigos, traz incerteza. Mas o pântano em que estamos mergulhados não traz nada de bom, e tudo aniquila.

Triste sina a de um povo em que a esperança se resume a saber se vamos ou não pagar as dividas, se temos dinheiro para comer, se algum ricaço nos dá uma esmolinha.

A Suburbia vai ainda ficar mais triste, mais dolorosa do que já era. Benvindos a uma nova era, onde a felicidade será uma miragem, a alegria um fugaz relampago e as dificuldades comerão todos os dias à nossa mesa. Até quando conseguiremos aguentar calados? O ruído de fundo está a tornar-se ensurdecedor. Será que isto é a gota de água que fará o balão rebentar e jorrar água gelada nas nossas caras para finalmente acordarmos para a realidade? Para o bem e para o mal, espero que sim. Espero que a partir de agora os valores da seriedade, honestidade, lealdade e solidariedade sejam o novo rumo de um País, uma Sociedade mais acordado!

Acorda, Portugal. O coma pode ser revertido, mas será preciso Força! Sê bem-vindo ao futuro!