segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

A Pequenez perante a Força da Natureza

O dia no Subúrbio até parecia que ia ser modorrento, com uma chuva miudinha, o céu cinzento, as intermináveis filas de trânsito tão típicas da 2ª feira, que a qualquer comum dos mortais, dá logo vontade de fazer meia-volta e voltar para casa...

No entanto às 10:35, surge um evento que veio marcar o dia. A essa hora, ocorreu um sismo ao largo do Cabo de São Vicente, a cerca de 160Km, com uma intensidade de 5.8 na escala de Richter, o mais intenso desde o sismo de 1969.

Já estava no trabalho a tentar organizar as ideias para começar mais uma semana, mas naquela hora senti um tremor ainda mais incontrolável do que o habitual. Ainda pensei que fosse mais um camião a passar na rua que faz tremer o edifício, mas desta vez não. Senti-o na cadeira, na sala, na mesa, por dentro. No entanto quando tomei consciência do que era já tinha terminado! No entanto, definitivamente abalou o meu dia!

Devo confessar que de todos os fenómenos naturais de maior magnitude, o que mais me assusta é precisamente o sismo, quer pelo potencial de destruição, quer pela total imprevisibilidade do mesmo. É perante fenómenos desta natureza que me sinto minúsculo, impotente, perante tamanha força! É esta força da Natureza que nos faz relembrar que apenas estamos aqui porque a Mãe Terra nos permite usufruir das suas belezas e riquezas, que tanto teimamos em destruir, saquear e conspurcar.

Essa força que faz com que o chão que achamos sólido se transforme numa geleia em movimento, que nos faz tremer, balançar, cair e perder o norte. Que faz desmoronar o que ninguém achava possível destruir, que faz desaparecer o que tomávamos como inexpugnável ou indestrutível.

O susto é maior porque ao imaginar o que pode acontecer após o Grande Sismo, me vejo num cenário de total caos, com destruição maciça do mundo que nos rodeia, pois não acredito que num cenário de verdadeiro abalo, não tenhamos um grande grau de destruição das cidades na área metropolitana de Lisboa, devido a tantos e tantos erros, vícios e atropelos na construção civil nos últimos 30 anos.

Até agora, apenas tem sido leves amostras do que a Terra é capaz. Mas e nós? Teremos capacidade para superar essa adversidade? Egoisticamente falando, espero nunca saber a resposta a esta pergunta. Mas é uma pergunta que algum dos nossos descendentes fatidicamente terá que obter a resposta.

Como sempre, no subúrbio, isto apenas mais um incidente, e a vida retoma a anormalidade normal de todos os dias. Amanhã ninguém mais se lembra do assunto, até a Terra tremer novamente, quem sabe se durante um lindo por do Sol de uma esplendorosa tarde de Verão!

Seja como for, hoje senti-me ainda mais pequeno. Mais uma vez, fui posto no meu lugar pela Mãe Natureza: sou apenas mais um dos elementos que habitam a Terra, e não o dono dela!

Pense nisso!! Aprenda a respeitar o Mundo que o rodeia!!

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