terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Vamos tornar a Suburbia asséptica

Fizeram-me chegar um artigo de opinião do António Barreto, publicado no Jornal "Público" de 25 de Novembro de 2007, que reflecte por um lado a sanha disciplinadora que agora move os nossos governantes, mas que se torna aberrante se não for enquadrada na realidade Portuguesa.
Atenção que com isto não quero dizer que sou contra a legislação aprovada, apenas é mais uma constatação que o Português (e desta vez não falo apenas dos suburbanos) passa do 8 para o 80 de forma absolutamente estapafúrdia e que apenas demonstra os tiques de querer ser o aluno bem comportado da escolinha Europeia (pensava que já nos tínhamos deixado disso, mas enfim...)

Aconselho-vos a irem ao post do António Barreto no blog Sorumbatico e a sua sequela, para perceber até que ponto se está a querer impor em vez de educar.

Aproveitem até ao fim do ano para comer na tasca do bairro, tomar um copo de vinho do pipo, e comer uns caracóis porque depois, só higienizados! Como dizia um certo humorista "se não tiver os germes, perde o gosto!".
A higiene agradece, mas não sei se isto será uma medida muito ecológica, pois vai aumentar o consumo dos plásticos e seus derivados.

Ah, e uma nota adicional: lembram-se dos embrulhos das castanhas nas folhas das páginas amarelas? Pois bem, como isso passsará a ser proibido, hoje a empresa Páginas Amarelas colocou carrinhos de venda de castanhas em saquinhos de papel devidamente higienizados com o exterior simulando o conteúdo das páginas da lista telefónica!

Realmente esta medida veio demonstrar a fácil adaptabilidade do português... especialmente do empreendedor que já viu nisso uma boa linha de novos negócios! E do Xico Esperto, que já está a pensar que os copos e pratos de plástico também podem ser lavados e reutilizados (a bem da ecologia, claro!).

Viva a modernidade saloia!!

2 comentários:

Anónimo disse...

É impressionante que queiramos ser Europeístas só quando nos dá jeito, o que é um País sem uma identidade cultural? O que é um País retalhado pelo excedente rol de normas comunitárias, decerto que não será a Eupora unida que desejaríamos que fosse.
Somos pequeninos com a mania que havemos ser grandes, de facto começa-se avizinhar um belo princípio, há até quem lhe chame Europa democrática.

Somos quem somos, e não precisamos que nos digam o que devemos ser.

Anónimo disse...

É lamentável o fato de que o governo atual está a impor à sociedade portuguesa certas medidas que acabam por custar a própria sobrevivência da nação. Essa excessiva higienização acaba também por eliminar muitos dos "pobres" que têm o trabalho informal como único meio de sobrevivência. Penso que a sociedade não pode calar-se diante de verdadeiros “atos imperialistas", e tem que se mobilizar para por termo a esta “fanfarrice". Se querem copiar modelos europeus, então que comecem por copiar as medidas de geração de emprego, isso sim, é o que faz falta à sociedade.